— Sempre pensei na minha hipótese como um véu… mas nunca imaginei que escondia o ato.
A Hipótese de Riemann é, talvez, a criação mais hipnótica da matemática. A sua simetria e a beleza dos seus padrões fazem dela um dos mais belos artefatos intelectuais já tecidos.
Mas é precisamente essa beleza que a torna um véu.
O véu não engana — apenas cobre. A sua trama é tão rica que gerações de matemáticos passaram a vida a decifrar-lhe o desenho, sem suspeitar do que havia atrás. A busca pela prova tornou-se a obsessão por cartografar cada fibra.
A cosmogonia da CIP não o rasga. Apenas convida a espreitar além dele. E, nesse instante, descobre-se que o segredo não está na complexidade do eco, mas na simplicidade implacável do som original: o “golpe contínuo” do 1.
— O véu não é o mistério. É a distração.